domingo, 31 de dezembro de 2017


Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

Alexandre O'Neill, in 'No Reino da Dinamarca'


E assim me despeço de 2017, 
o ano que fica marcado pelos inesquecíveis segundos de sensação de liberdade! 
Oxalá pudéssemos parar o tempo onde somos realmente felizes!



quinta-feira, 14 de dezembro de 2017



A TELA DO TEU SONHO

Anda…
Vamos nas asas do vento
ao encontro dos sonhos guardados
na palma da imaginação.

Não te deixes enredar na dor.
Foge dos dias sem luz
frios como escarpas afiadas
e procura…

Procura dentro de ti os aromas perdidos nas memórias.

Procura os sorrisos tecidos no bilro dos momentos guardados.
Anda…
Vem comigo viajar nas asas do vento.
Pede à brisa que os raios de sol te envolvam o sentir
e que a dor te caia dos olhos
em forma de chuva branda e serena.

Anda…
Vamos voar para lá do horizonte
inventar um mundo só nosso,
em que os dedos sejam pinceis
aguarelados pelo olhar da ternura.

Anda…
que tempo escasseia e o desejo é fome por saciar.
Toma a minha pele como tela para o teu sonho
e pinta a noite,
com as cores do teu olhar.




*  o meu poema favorito ©Graça Costa roubado aqui